sábado, 31 de outubro de 2009

Fim dos tempos...

Aconteceu ontem, dia 30, no Rio de janeiro capital uma festa intitulada "Haloween do Rappa".
Quem acompanha essa banda (outrora verdadeiramente engajada e principalmente, criteriosa em suas escolhas) desde 1994/95 como eu deve ter se perguntado (como eu me perguntei): é pegadinha?
O Rappa? Halloween?
É o fim dos tempos.
Saudades de Marcelo Yuka.
Bom fim de semana e bom feriado a todos.

Ouvindo: Lado B, Lado A (um dos discos mais revolucionarios da minha época)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Meu pai

- Pai, acabei de fundar um novo partido!
- Qual, meu filho?
- PPP!!!
- PPP???
- Partido do Pum da Perna do Pai...
Gargalhadas cúmplices.
Se não me engano, eu tinha uns 7 anos e esperava sentado no colo do coroa a minha mãe votar nas primeiras eleições diretas para prefeito após a ditadura em algum lugar no bairro da Gloria, centro-sul do Rio de Janeiro.
Era 1985. Saíamos definitivamente do período da ditadura militar. Mas lá em casa isso nunca existiu. Meus pais sempre foram super abertos. Liberais. Cabeça aberta. Coração aberto.
Meu pai, apesar da idade avançada (quando eu nasci, em dezembro de 78, ele tinha 60 anos) era um garoto! Alegre! Jovial! Meu pai sempre foi “da galera”. Total.
Meu pai não perdia a piada. Perdia o amigo. A paquera. O emprego. Nunca a piada. Essa irreverência foi uma das maiores heranças que ele me deixou, fora a frota de caminhões de carregar titica (como ele mesmo dizia), claro!

Hoje, dia 27 de outubro, onze anos após sua partida, lembro com orgulho de momentos divertidos pelos quais passamos juntos.

Meu pai transformava qualquer evento trágico, em cômico. Meu pai era como um desses personagens clássicos e ingênuos de comedias antigas. Um Chaplin.. um Mazaropi.. um que de Grande Otelo, até.

Lembro de duas passagens rápidas da época em que tinha uns 10 ou 11 anos, para celebrar os onze anos de passagem do “réio do Rio”.

Certa vez, fui com meu pai tomar um lanche no Bob’s da Praia de Botafogo. Pedimos nossos hambúrgueres, coca-colas e de sobremesa papai resolveu me apresentar a tal da Vaca Preta.

- Que isso pai?
- Você vai ver. Uma delicia!

Papai pediu uma nova Coca e um copinho de sorvete de baunilha. Naquele momento, fiquei imaginando que diabos de alquimia poderia acontecer ali.
O coroa comeu um pouco do sorvete de baunilha e começou a derramar o refrigerante no copinho (quando digo copinho, imagine literalmente um copo pequeno). Jeitoso como só ele, estabanado como poucos, obviamente não teve controle sobre a quantidade do liquido e derramou quase 300ml de uma só vez num copinho onda cabiam 200ml de sorvete, já praticamente preenchido. Não deu outra: provocou uma verdadeira explosão!!! A mistura efervesceu e voltou inteira no colo do meu pai que ficou banhado de Vaca Preta da camisa aos pés. Risos de todos (incluindo eu, as atendentes e meu próprio pai) presentes naquela tarde no Bob’s.

Algum tempo depois, fomos ao estádio das Laranjeiras assistir a Fluminense x Cabofriense (sim, a culpa do meu tormento futebolístico é do meu pai).
Em determinado momento meu pai vira pra mim e pra meu primo Valdir e diz:
- Meninos, deu merda! Literalmente!
E sai correndo arquibancada abaixo em direção aos banheiros.
Eu não sabia muito bem o que significava “literalmente”. Mas “merda” eu já conhecia bem. Fui atrás do meu pai. Depois de tentar entrar em 3 banheiros, meu pai consegue enfim, um desocupado. Obviamente era tarde de mais. Papai sai do banheiro, minutos depois, com a bermuda e a cueca (sujas) na mão. A cueca foi pro lixo. Mas a bermuda, meu pai tentou lavar num tanque que se encontrava no cantinho do banheiro. O que ele não percebeu, é que atrás do tanque não havia parede, e dava direto pra arquibancada.
Enquanto meu pai, com a bunda de fora, lavava a bermuda, a torcida gritava e sacaneava, chamando de bunda murcha, bunda branca, bunda velha, entre outros adjetivos não tão simpáticos. Nesse momento, eu e Valdir já tínhamos sujado nossas bermudas: mijamos de tanto rir. Meu pai sorria, como se não tivesse nem ai pra hora do Brasil. Menos mal... o Fluminense goleou de 5x0.

Assim foi meu pai. Assim me lembro e sempre me lembrarei dele. Assim espero que meus filhos um dia conheçam suas historias antológicas.
A saudade sempre ira existir, por mais clichê que isso possa parecer. Mas, da nuvem onde ele estiver alojado (provavelmente beliscando o bumbum das anjinhas, como ele mesmo dizia que faria se um dia, por engano, o enviassem pro céu) sei que ele também está dando boas risadas, enquanto nos lembramos disso tudo.
Assim foi Rodrigo Miranda.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Um fofo muito gente boa!

= ) “Ah! Ele é UM FOFO!”
Pronto! É a senha! Seria muito mais fácil e honesto se ela falasse: Ah! Ele é um cara muito legal, mas eu nuuuuuuuuunca vou dar pra ele...
Meu amigo, minha amiga, meus 17,5 leitores fiéis do coração... se vocês já ouviram essa frase (ou se já proferiram a mesma) sabem exatamente que não há nada mais broxante, insosso, e sexualmente desestimulante do que ser UM FOFO.
Você já pegou alguém que é “um fofo”?
Beleza... pode até ter pego. Mas dá pra ele eu tenho certeza que você não deu.
O “um fofo” é sim um cara bacana. Um cara gente boa. Até demais. Geralmente educado, culto. Até demais. Tem senso de humor, mas não é engraçado. Tem até um certo carisma. Mas não aquele que atrai as pessoas do sexo oposto.
O “um fofo” pode até ser bonito. Mas é sem sal. Ele é O AMIGO PERFEITO!!! Puta que o pariu!!! Não há nada mais broxante, insosso e sexualmente desestimulante do que ser visto pela mulher que você quer pegar como O AMIGO PERFEITO. Por que tem isso! O “um fofo” geralmente quer pegar a mina que sempre vai vê-lo como O MELHOR AMIGO.
Corte os pulsos, rasgue os culhões e parta pra outra, malandro! Desse mato não vai sair coelho.
Por que mesmo que se um dia, o bonitão, malandrão e escrotão que ta (ou tava) comendo ela (e certamente fazendo-a sofrer) lhe der um pé na bunda, e ela for chorar no seu ombro, encher a cara, ficar doidaraça e dentro do carro, na hora de ir embora, depois de você ter aturado a noite toda ela contando como eram calientes as trepadas deles em locais públicos, e como ela ficava puta dele não ligar no dia seguinte pra pelo menos saber se ela chegou viva em casa depois dele ter posto ela num taxi por que estava com preguiça de levá-la em casa, totalmente “in clown’s hand”, te der aquele beijo de bêbado, meio torto, meio babado, no dia seguinte ela vai ligar chorando perguntando se fez alguma coisa errada. E se você disser que vocês se beijaram pode ser até pior! Na melhor das hipóteses, se a mina no auge da loucura pedir pra ir com você pra um motel, pode ter certeza que antes do primeiro contato físico ou ela vai apagar, ou vai ter uma crise de realidade e começar a chorar se perguntando onde está. O “um fofo”, definitivamente não tem sorte de campeão.

A versão feminina do “um fofo” e a “muito gente boa”. Geralmente a “muito gente boa” tem que ter sempre uma amiga gata (que provavelmente é quem você esta afim) e que vai te apresentar a moçoila e depois vir querer saber o que você achou dela. E você, obviamente pra não dizer que nunca pegaria, educadamente vai falar: muito gente boa!
A “muito gente boa” não é necessariamente feia. Pelo contrario. Geralmente são bonitinhas. Mas ela tem uma característica que é muito, muuuuito pior (por que tem feia que a gente ainda encara): ela é politicamente correta. Pros menos letrados a tradução é CHATA PRA CARALHO. E não há nada mais broxante, insosso e desestimulante sexualmente para um homem que conhecer uma mulher politicamente correta demais. Ela é culta, inteligente (até demais), viajada, fala idiomas, não assiste TV aberta, e trabalha numa ONG de ajuda a preservação das lontras fêmeas de Dudinka. E provavelmente ela gosta de Norah Jones e Ana Carolina. Possivelmente ela está há um bom tempo sem fazer sexo (desde que o ultimo namorado de 6 anos dela trocou-a pela estagiaria) e provavelmente será o pior sexo-papai-e-mamãe-de-luz-apagada que você fará na vida, caso você caia na burrice de ir em frente.

Portanto, amigos e amigas, se você é “um fofo” ou “muito gente boa”, ta na hora de rever seus conceitos e repensar sua estratégia. Ou se você tem um amigo que é “um fofo”, apresente ele pra amiga “muito gente boa” de alguma amiga sua. Vai que dá certo...

= ) Outro dia assistia a um depoimento do Diego Souza, jogador do Palmeiras com síndrome de Edmundo e que definitivamente não é “um fofo”, reclamar da tentativa do Pet em dar um passe de letra na vitoria do Flamengo por 2x0 em pleno Palestra Itália. Diego Souza considerou desrespeitosa a atitude do gringo e disse que esse tipo de “atitude” pode gerar represarias violentas! Por essas e outras que nunca mais teremos um Garrincha, um Pelé, ou até um Maradona (que era abusado pra cassete, no melhor sentido da palavra). A mediocridade que se apoderou do futebol nos dias de hoje é uma coisa impressionante! E o pior: é justificada! Por que tem uma penca de “profissionais” do ramo que consideram desrespeitoso o sujeito dar passe de letra, ovinho, fazer embaixadinha, dar lençol, tocar de calcanhar. E é capaz de aplaudir se um lunático entrar pra quebrar a perna de um bom jogador que por ventura ousar dar um drible ou fazer uma jogada de efeito mais bonita. Não há mais jogadas bonitas. A beleza do futebol esta se acabando. Os salários dos pernas-de-pau, esses sim, não param de crescer.

Ouvindo: Best of José Augusto + Cake (Fashion Nugget)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pitty

= ) No ultimo dia 09 de outubro, um antes de eu regressar ao Rio de Janeiro, fui assistir ao show da Pitty no London Pub, o único reduto de rock existente em Uberlândia.
Pitty é hoje, e talvez há um bom tempo, o único ídolo genuinamente de rock dessa pobre geração de jovens que tem hoje entre 12 e 20 anos.
Foi com essa idade que eu comecei a realmente consumir, entender e me identificar com o rock. Com 12 anos. Mas guardarei essas lembranças pro próximo post.

Hoje quero falar da Pitty.

Muita gente não gosta da Pitty. Não se identifica com a Pitty. Acho que muita gente tem mais senões à figura da Pitty, que propriamente ao seu som. Mas, independente de gostos, há de se respeitar o trabalho da Pitty e se reconhecer o fato de que ela é a única representante genuína do novo rock brasileiro a freqüentar rádios e TVs.
Eu gosto da Pitty. Gosto desde o começo. A vi começando, na minha época de produtor da Rádio Cidade. Vi o primeiro show. Acompanhei as primeiras entrevistas.
Pitty sempre foi como é hoje. Séria, na maioria das vezes. Um ar mais maduro, apesar das tatuagens por todo o corpo. Uma jeitão de que a qualquer momento pode não gostar de alguma coisa. O que, de forma alguma, lhe tornou um artista arrogante. Ela sempre foi, da forma dela, carinhosa com seus fãs. Atenciosa (na medida do possível) com a mídia. Sempre lidou bem com coisas que fazem parte do dia-a-dia de uma pessoa publica, de um ídolo da musica jovem. Ela sempre administrou de forma inteligente essa faceta. Pitty é inteligente. Fala bem em publico. Conversa sobre musica, artes, cinema. Pitty, não fala só: caralho! Do caralho! Uh, Huuuu caralho!!! Apesar de também falar (ou de já ter falado) assim. Pitty tem personalidade artística. Tem uma voz e uma forma de cantar que é dela. Ela não imitava nem Cássia Eller, nem Rita Lee, as duas maiores escolas de cantoras de rock nacional que são referencia pra cantoras que surgiram de meados da década de 90 em diante. E certamente, ao lado dessas duas grandes artistas, se tornou uma das mais influentes artistas do nosso rock.
Gosto das letras da Pitty. Ela não é a grande poetisa do rock, mas tem boas sacadas. Sacadas de rock. Na média do que esperamos de um artista de rock. Ou vc acha realmente que as letras do Bon Jovi, Aerosmith, Guns n´ Roses ou até as do Foo Fighters (que são bandas consideráveis na historia do rock) são bem melhores que as da Pitty??? Traduz uma meia dúzia delas e me diz depois. Comparar com as letras dos atuais “representantes” do nosso rock é até covardia. Nem é necessário ir tão baixo.
As melodias e harmonias também não deixam a desejar. E os arranjos, são arranjos de rock. Rock gordo, de arena. Guitarrona com punho forte estalando no ouvido. Batera e baixo mantendo o groove acelerado. Pulsando. Empolgante como todo bom rock deve ser.
Pitty tem três discos de estúdio e um ao vivo. Uma trajetória coerente. Uma carreira coerente e correta sendo construída. Pitty tem repertorio. Tem hoje (não via um show seu desde o lançamento do segundo disco) um show coeso, muito bem tocado pela banda ao vivo, muito bem cantado por ela, com muitos hits que tocaram bem na rádios.

Neste show de Uberlândia, em especifico, a casa, com sua lotação de mais de mil pessoas esgotada desde o dia anterior, reparei que Pitty conseguiu preservar seu publico.
A grande maioria das pessoas eram maiores de 18 anos, uma media de 22, 23 anos, que provavelmente acompanham a cantora baiana (ainda tem esse detalhe) desde o estouro nacional de “Equalize”, em 2004, ou seja, há 5 anos. Essas pessoas de 22, 23 anos, há 5 tinham 17, 18. Muitos que hoje tem 19 e 20 anos que também estavam lá, tinham 14, 15 anos. É muito difícil nos dias de hoje, um artista fidelizar essa molecada. Muita gente que hoje tem 14 anos e curte o NX Zero, provavelmente terá vergonha de ter gostado disso quando tiver 18, 20 anos e estiver ouvindo eletrônica, MPB, sambinha, ou até rock de verdade, por que não? Isso já não acontece com Pitty. Os fãs, nesse show, cantavam as musicas antigas, e as novas na mesma intensidade, com a mesma empolgação.

Mesmo sem trazer nenhuma novidade em seu som ou em sua postura, por tudo isso tenho a certeza absoluta de que, gostando ou não dela, Pitty é sem duvidas o único artista verdadeiramente de rock dessa atual geração.

Fui uma bela noite, com casa cheia, com publico animado em um show impecável da Pitty. Um show impecável do bom e (nem tanto assim) velho rock.

= ) Outro fato que me chamou atenção durante o show da Pitty foram as mãozinhas em riste empunhando celulares e maquinas digitais durante o show. As pessoas deixam de prestar atenção no show, no palco, no artista, de se deixar levar pela musica e pela atmosfera, pra ficar cuidando das gravações de suas câmeras, que possivelmente, jamais serão vistas. Ou seja: o cara deixa de curtir de verdade aquele momento único, que não voltará, pra captar imagens (na maioria das vezes, toscas, tanto em áudio como em vídeo), que ele, provavelmente não verá depois. E ainda atrapalha que esta atrás! Vai entender...

= ) Repórter do TV Fama pergunta pra Samambaia se é verdade que ela vai posar junto com a Mirela pra Playboy. Samambaia afirma categoricamente que não. E emenda: “nu” não está nos meus planos agora. A repórter, pasma, ainda tenta entender: por que não? E Samambaia completa: estou me dedicando a outros projetos nesse momento.
Perguntar não ofende: que tipo de projetos que não envolva “nu” poderia a Mulher Samambaia estar envolvida??? Aguardemos cenas pros próximos capítulos.....

Ouvindo: Bob Dylan – The Freewheelin’

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mulher na Parada

= ) De volta ao bom, velho, sujo, violento, mas, acima de tudo, amado, Rio de Janeiro! Esse lugar tem todos os defeitos do mundo. Mas nada, eu disse NADA, se compara a uma bela tarde de sol, cerveja, queijo de coalho (que já custa R$4,00... segundo o vendedor tem alguma coisa a ver com o preço do leite... ah tá!), esfiha do Mustafá (que tb já custa R$4,00... mas eu dei um xilique e paguei R$3,50), amigos e alegria em Ipanema. Quase perdi o senso de noção e, tomado pela emoção de quem não ia a praia há seis meses, bati palmas para o pôr (tem acento???) do sol. Retomei a sanidade a tempo. Esse post é só pq, Rio eu gosto de você!

= ) Dei uma olhada parada musical da rádio Metropolitana de SP (uma das mais ouvidas pelos mano e pelas mina) e constatei que as mulheres estão simplesmente mandando no gosto (???) musical da moçada. Se ligue:

1 - ME ADORA - Pitty
2- TE AMO - Rihanna
3 - DIVA - Beyoncé
4 - CELEBRATION - Madonna
5 - EGO - Beyoncé
6 - GAROTA RADICAL - Cine (se não são, gostariam muuuuuuuito de ser)
7 - I GOTTA FEELING - The Black Eyed Peas (a banda da Fergie)
8 - SUTILMENTE - Skank
9 - POKER FACE - Lady Gaga
10 - SEXY BITCH David Guetta

É ou não é um massacre cor de rosa???
Sintomas do total dominio do pop descartável e da black farofa music que assola a humanidade (nossa... que comentário machista!!!). As mina se dá tudo bem nessa parada. Literalmente...

Ouvindo: Brasil 0x0 Venezuela

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Descolando uma Helena

= ) Terminou na ultima terça, 06 de outubro, a melhor série de televisão voltada pra jovens que foi produzida na TV Brasileira nos últimos tempos (pra ser honesto, não me lembro de nada no segmento tão bom assim): Descolados, da MTV.
Uma série onde jovens falavam como realmente falam os jovens, bebiam como realmente bebem os jovens, fumavam como realmente fumam os jovens, trepavam como realmente trepam os jovens, e principalmente, dançavam nas boates (ou baladas, já que se passava em Sampa), como realmente dançam os jovens nas boates, coisa que as novelas da Globo, mesmo com diretores renomados e um caminhão de dinheiro para produzir cada cena, jamais conseguiram na historia.
O titulo da série é mais que perfeito, por que o grupo em questão é o estereótipo da juventude “descolada” da terra da garoa. Sem nenhuma conotação pejorativa ou ironia. No melhor sentido da palavra.
A série contou a historia de três jovens (Teco, Lud e Felipe) de São Paulo, que resolvem sair de casa e acabam, por conta de uma série de situações inusitadas, se conhecendo e indo morar juntos.
O grande mérito da direção e do roteiro foi ter criado uma galera da qual qualquer jovem gostaria de, de alguma forma, participar, seja ele politicamente correto ou incorreto.
Eu fico me perguntando que tipo de adolescente, ou jovem, entre 13 e 20 anos, assiste a Malhação e diz: nossa... eu queria ser um cara empreendedor igual ao Peralta! Nossa... como a Yasmim é engraçada...Hu Hu Hu!!! Ou ainda: cara! Quero ter uma banda igual a Quadribanda (que já foi Vagabanda...Deus)! Eles são supimpas!
Porra! Não dá. Não dá pro jovem continuar sendo tratado como retardado (por mais que ele esteja se portando como), vivendo num mundinho antigo de conto de fadas, esperando o principezinho encantado ou a princesa para casar virgem!
Não existe mais jovem virgem. A não ser nas novelas do Manoel Carlos.
E por mais que Descolados tenha abordado de forma super direta, nua e crua, temas que realmente fazem parte da vida do jovem de hoje, como sexo, drogas e música descolada, essa abordagem nunca foi idiotizada. Sempre foi colocada de forma esperta, consciente, ousada... com um toquezinho de irresponsabilidade, claro, afinal, eles são jovens, jovens, jovens... do exercito do surf! Ou do skate... enfim.
A série esta inteira no site da MTV pra galera conferir.
Que venham mais séries “descoladas” como essa!

= ) A novelinha do Maneco está do jeitinho que a gente imagina uma novelinha do Maneco. Aqueles dramas pequeno-burgueses, que o povo deve olhar pra tela e pensar: Ah! Meu sonho era ter uns problemas assim (o lado positivo de ser pobre é poder sonhar com qualquer coisa, até com problemas menores que os seus)!
Tipo: meu sonho era que o maior dos meus problemas fosse confundir meu esposo (pobre tem esposo) com o irmão gêmeo dele... (nunca vi gêmeos pobres...)!
Ou então: de que cor eu vou pintar e decorar o quarto do bebê de minha filha que engravidou de um traficante (o traficante faz parte, mas a cor do quarto, que será dividido por mais 8 irmãos, a gente sabe que é tijolo... ou cimento)? Não dá, né?
Outro dia, Tais Araújo no meio de um jantar romântico, em plena lua de mel em Paris, ao ser indagada pelo marido sobre a que deveriam brindar, não pensou duas vezes: propôs um brinde a sua irmã prenha e ao filho do traficante que ela estava esperando. Mais broxante, impossível. E arriscado, já que seu marido já passou dos 50. Zé Mayer deve ter no bolso do paletó uma cartelinha do azulão pra situações como essas.
Falando em Tais Araujo, ela continua não convencendo como boa moça. E essa Helena também é um porre... imagino essa mulher gozando. Deve evocar a paz mundial na hora do orgasmo. Credo! Mas voltando a Tais Araujo, ela é uma espécie de versão afro da Alessandra Negrini. Ele não convence como boa moça de jeito nenhum... talvez por que realmente não seja.
Enfim... vamos nessa overdose de água com açúcar até aparecer um câncer, uma leucemia, um estupro, um maremoto no Leblon...sei lá. Ate o segundo terço da novela alguma coisa pinta.

= ) The Fixer, a musica nova do Pearl Jam, não é nada de mais. Mas ainda assim é bem melhor que 80% do que aparece no rock mundial nos dias de hoje. Onde vamos parar? Medo.

Ouvindo: The Fixer - Pearl Jam

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

VMB do Adnet!

VMB, assim como os preservativos e a segunda divisão do Brasileirão, é um mal necessário.
A festa da MTV é, ainda, a melhor, mais bem produzida, com melhores idéias, e por que não, a mais democrática (em termos de categorias e indicações) premiação de música e entretenimento da cultura brasileira.

Apesar de algumas piadas repetidas (como continuar premiando o NX Zero) que já não tem mais graça, e dos discursos dos vencedores (em sua grande maioria) dignos do MOBRAL, a festa de premiação que aconteceu ontem em São Paulo foi, como diria Mionzera, tuplasch scrambsch iiiiiih Correria, mano! Da Hora mêeeemo!

Marcos Mion, que em seu ultimo ano na MTV, conforme o próprio disse num discurso emocionado (foda-se...e emocionante tb) ficou apenas assistindo de um lugar privilegiado a verdadeira grande atração da noite: Marcelo Adnet!
Adnet é praticamente o Silvio Santos da MTV! Ele é o cara, ele é quem manda, ele é quem dita as regras e tendências, e assim como Silvio, ele tem aquela cara de bom moço, de gente boa, de quem esta ali por mera diversão, sempre.
Ele é engraçado (e consegue agradar a cariocas e paulistas, algo raro), seguro, canta, dança e representa, tem um timming excelente e um carisma fora do comum. E ainda faz com a Dani Calabresa, o casal mais simpático do Brasil!
Tecnicamente, a festa e a transmissão foram impecáveis, mostrando como o Prêmio Multishow (seu maior concorrente direto) está anos luz atrás.

Esse ano uma das novidades foi a segmentação das categorias por estilos musicais.
E, pra desafogar todos esses prêmios, e alguns outros, abriu-se um espaço para o VMB Antes, apresentado pelo Cazé e pela Luisa.
A Luisa é tão linda que não precisa nem abrir a boca pra me deixar (e a pelo menos a 90% do publico masculino do Brasil) de boca aberta. É uma espécie de Mulher Samambaia do publico mais intelectualizado. Justiça seja feita: Luiza melhorou muito nos últimos anos. Ao contrario do Cazé, que na minha humilde opinião, não monta na lambreta... nem nunca montou.

A confusão, além do Fresno ser indicado a categoria Banda Pop e o For Fun a categoria Banda Rock, foi do porque todas essas categorias (ou ao menos essas que ao lado do RAP, são mais tradicionais dentro do conceito da emissora) ficarem espremidas no VMB Antes, enquanto novas e discutíveis categorias como Twitter, Blog (essa, as pessoas sequer bateram palmas), Game se DOC, ganharam destaque na premiação “principal”. Não entendi.

Dani Calabresa e Bento Ribeiro também foram destaques e além do entrosamento bacana (apesar do conceito clichê de RJxSP), eles trazem de volta o verdadeiro estilo contestador e sarcástico que a MTV tinha nos primórdios, as verdadeiras alfinetadas em tudo e em todos, diferente daquele estilo forçado e desgastado (ate pq não havia inteligência nenhuma ali) que foi explorado durante anos com a figura do João Gordo (que já podia ter se aposentado desde a marretada do Dado).

Mesmo com vários acertos, a gente (eu e minha equipe de cerca de... nenhum colaboradores) não podia deixar de destacar uns equívocos e curiosidades do VMB 2009. Afinal, é pra isso que nós somos pagos!

Fiquei, mais uma vez, consternado, pelo fato do NX Zero, mais uma vez, ter ganho um prêmio. A novidade é que pela primeira vez ouvi umas vaias bem altas vindas da platéia. Ainda há esperanças.
Ou não.
Se o Cine ganhou como banda revelação, provavelmente, nos próximos 3, 4 próximos anos (é o que dura no máximo o ciclo de vida dessas pequenas bandas mutantes) eles vão ganhar outras premiações.
E não faltou “caralho” na hora dos agradecimentos dos meninos. Também com aqueles cabelinhos, deve ser (perdoem-me o tracadalho, digo, o trocadilho) tirar o caralho da boca.
Impressionante também o ar deles de “nós tínhamos certeza que ganharíamos mas temos que mostrar que estamos assustados com tudo isso”. Há tempo eu não vejo nada tão fake qto esse projeto.

A obviedade de colocar o Erasmo pra cantar com aquela rapaziada toda É Proibido Fumar, também me irritou. Erasmo é um dos maiores hit makers da historia da musica nacional, e tem fases interessantíssimas nos anos 70 e até 80, fora musicas conhecidíssimas porém, menos batidas da própria época da Jovem Guarda. Um desperdício.

Aquela menina, Love Foxx, deve ter alguma coisa que eu sinceramente ainda não descobri. Não simpatizo com suas roupas coloridas, com sua cara de “tomei dorgas pesadas mas continuo fofa”, não simpatizo (mas tb não detesto totalmente) com sua banda, com sua forma de falar... com nada! Não é possível!!! Ela deve ser boa e eu que não to alcançando...

Outra coisa que me chamou a atenção foi a indicação de Fly da Uanessaaaaa, a hit do ano. Porra! A música sequer tem refrão! Diga-se de passagem, ela não segura a peteca ao vivo meeeeeeeeesmo. Fato. E o JaRule??? Fala pra mim que se soltassem ele ali na Rio Branco vendendo vale-transporte, ele não dava conta do recado direitinho?

Gisele Itiê, gostosa toda vida, e Jonathan Haagensen, completamente chapados apresentando o... sei lá o que eles apresentaram... eu só prestei atenção nela...também foi algo pitoresco.

Por falar em gostosa, a Pitty também tava um tesão. Me desculpem, mas eu gosto dela mais pra cheinha mesmo. Além disso, ta cantando pra, parafraseando o Cine, caralhooooooooo!
Em relação a Pitty, dou uma de advogado do diabo. Apesar de ficar de certa forma feliz por ela não ter ganho novamente Artista do Ano, ou Ídolo, ou qq coisa desse tipo, não vejo muita opção além dela de um artista que realmente tenha essa real vocação de ídolo pop/rock hoje no cenário. Respeito a trajetória do Fresno. Lembro deles vindo no perrengue do RS pra tocar em Jacarepaguá, nas festas do Elam. Mas pra Artista do Ano falta muito (apesar de eles estarem anos na frente de NX, Cine, e derivados). Não temos mais verdadeiros ídolos, verdadeiros artistas. Temos hoje, uma molecada que já começa disposto a fazer qualquer parada, qualquer porcaria, pra entrar no mercado e virar celebridade. Claro, esses só existem, por que existem idiotas do outro lado dispostos a consumir qq merda que lhes empurram goela abaixo.

Pra fechar em grande estilo, uma das poucas boas e com personalidade bandas de pop rock da atualidade, o Franz Ferdinand, mostrou como se toca (bem) ao vivo.

E assim terminou o primeiro VMB da Era Adnet. E pra ser muito honesto, a MTV tem estado muito mais interessante desde a entrada dele. Espero que não dure apenas 15 minutos.

Ouvindo: nada não...