quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nem tudo é só alegria no reino do Carnaval



Por mais chavão que isso passa parecer, nem tudo é só alegria no reino do Carnaval.
Por mais clichê que possa soar, há sempre uma tristeza, uma mágoa, um desalinho ou uma maldição por trás do sorriso estático do mais divertido e intrépido palhaço.
Talvez uma busca pelo seu devido lugar neste mundo, pelo conforto da aceitação seja de fora ou de dentro, de si ou dos outros, seja a explicação para o rosto pintado, para a lágrima escondida.  Talvez. Ou não. A contradição é uma de suas faces.
Chorar é tão démodé. Tão incompatível com seu glamour.
E por isso o palhaço segue sorrindo no meio dos foliões. Mesmo que seu coração dilacerado já não bata mais nos compassos do surdo, caixa, tamborim... chocalho. Mesmo que tudo pareça apenas uma pintura, um retrato em sépia da turma de Zé Pereira, do outro lado do distante milênio passado.
O palhaço sorri. Gargalha. E, de alguma forma nos entretém e nos fascina. Nos faz, também, sorrir e gargalhar.
Não é fácil a vida do palhaço. A recompensa é que quando o palhaço se vai, ele deixa pra trás somente alegria. Somente as lembranças do riso e das gargalhadas. Das boas horas do gozo da folia momesca. Palhaço não morre. Palhaço vira confete e serpentina.
O picadeiro do Pão & Circo abre, orgulhosamente, o seu espaço pra homenagear a um sazonal, porém muito querido amigo que me brindou vez ou outra com sua visita nesse humilde espaço.
O incrível, controverso, instigante, fascinante, genioso e genial palhaço Renan Tavares.
Força e sorrisos a todos. Talvez assim que ele quisesse.
= )
Ouvido: Empolga às 9. Sempre.