quinta-feira, 10 de junho de 2010

Deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida...

Uma semana após a micro (ou seria mico???) tragédia que se abateu sobre mim, e já parcialmente refeito da mesma, assisti ontem na Sportv, enquanto me arrumava para sair do hotel onde estou hospedado em São Paulo, a um documentário sobre a Copa do Mundo de Futebol de 2006, mais especificamente sobre o jogo da final entre França e Itália. Foi extremamente reconfortante perceber que não sou o único a cometer erros. Pais e mães, políticos, os Rolling Stones, médicos, engenheiros, lixeiros e hackers, o presidente, o rei e o Zidane. Todos nós (me incluo nesta extensa lista) cometemos erros.

O que mais ouvi durante a semana em que tentava esquecer o fato de que minha mochila foi furtada com meu laptop (que continha toda minha vida pessoal e profissional), meu ipod, caderno de anotações, e R$1000,00 em espécie, foram frases como: “Deu mole”. Ou então: “Deixou tudo isso no porta-malas do carro??? Logo em Vila Isabel??? Você é louco???”. Teve ainda o: “Como assim não tinha back up de tudo???”. Por sorte, nenhum dos que proferiram essas aconchegantes frases, completou com um sonoro “bem feito”.

Bem amigos... eu deixei minha mochila no porta-malas do carro de uma amiga, parado em frente ao local onde tínhamos uma reunião, no bairro de Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro. Uma hora depois, entramos no carro, e ao chegarmos em Laranjeiras, vimos que nada mais havia no porta-malas: nem minha mochila, nem a dela, nem o provável motivo do furto, o estepe.

Vacilei? Claro!!! Claro que vacilei! Afinal de contas, é vacilo mortal deixar algo trancado dentro de um teoricamente seguro porta-malas de um teoricamente seguro carro Citroen C3 (afinal de contas, pelo preço que custa, deveria ser seguro), parado numa rua da cidade onde moro e pago impostos para que eu teoricamente tenha um mínimo de segurança publica, às 20:30h da noite de uma terça-feira.

Notem que eu não subi o morro, nem favela, nem entrei em nenhum gueto. Não era madrugada e a rua não era deserta. Eu estava em Vila Isabel, que é um bairro, teoricamente nobre da Zona Norte.

Mas eu vacilei, claro!

E é normal que pensemos todos que o vacilo nosso é apenas deixar as coisas dentro do porta-malas do carro estacionado na rua.
E é normal que cobremos uns dos outros para que tenhamos mais cuidado e não vacilemos em uma próxima oportunidade. Não! Não estou falando na próxima oportunidade de votar de forma consciente e de escolher os representantes que farão e serão responsáveis por fazer cumprir as leis, que farão e cobrarão pagamento dos impostos, que são, em grande parte, responsáveis por todas essas distorções que já fazem parte do nosso dia a dia e que já encaramos com a máxima normalidade. Por que vacilo não é não ter segurança. Vacilo é esquecer a mochila trancada no porta-malas. Vacilei.

Mas Zidane me tranqüilizou. Ao rever as cenas cinematograficamente interessantes daquele documentário, em especial a cena histórica da cabeçada que Zidane proferiu no peito do italiano Materazzi, que gerou sua expulsão, um total apagão no time da França, e contribui para que a taça do mundo ficasse nas mãos da esquadra azzurra, alem de ter manchado a carreira de um craque que ate então era visto como a elegância e inteligência em forma de jogador de futebol.
Na descida prematura para o vestiário, na saída de cena melancólica e solitária, Zidane baixou a cabeça desolado, e no seu rosto brotou uma expressão mix de tristeza, desapontamento e arrependimento muito, muito parecida com a expressão que deve ter brotado no meu rosto ao abrir o porta-malas do carro e não ver minha mochila.
E se voltarmos um pouco mais no tempo, no ano de 1994, século e milênio passado, lembro direitinho da cara do Baggio ao chutar pra fora aquele ultimo pênalti que tirou da Itália (a mesma que anos depois seria campeã em cima de um erro do Zidane e de um pênalti não convertido de outro francês, Trezeguet) a taça de campeã, que acabou ficando com o Brasil. Cara de “mochila-roubada-com lap-top-dentro”!!!
Enfim... tudo certo!!!
E quem nunca cometeu um vacilo desses, que atire a primeira mochila com um laptop dentro. E tenho dito.

= ) Se você achava que o pior que poderia existir em matéria de jingle da Copa era a horrenda musica do rapper K’annan (http://www.youtube.com/watch?v=utl-uOdX12w), tolinhos... vejam o vídeo abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=_02q8pgT8qc&feature=related

Avante Braséeeeeeel!!!!

Ouvindo: o ensaio do boss no estúdio do Simão.

Um comentário:

  1. caraca, entrei no seu face pra deixar a mensagem do apê, vi o Zé falando do post das copas, resolvi entrar aqui. tô morrendo de culpa de estar chorando de rir do "atire a primeira mochila...".
    Enfim... sorry pela perda, mas parabéns pelo blog!!

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