sábado, 12 de setembro de 2009

Apagaram as lamparinas da Glorinha???

Arebagaundi!
Será que as lamparinas do juízo de Glória Perez apagaram-se bem no último capitulo da novela? TIK...
Antes de mais nada, quero deixar claro minha frustração! Não gostei. Não curti. Não me emocionei. E olha que eu corri! Corri muito. Estava no meio de uma viagem e cheguei à recepção do hotel quando as barbas brancas do Lima Duarte já povoavam a tela.
Nem preciso dizer que vi o primeiro bloco inteiro na recepção.

A impressão que tenho tido nos últimos anos é que o conteúdo de 3, 4 capítulos finais das novelas, ou de até uma semana, começou a ser gravado em pouquíssimos dias ou até no dia anterior (me corrijam se eu tiver falando besteira) a sua exibição, pra que os desfechos não vazem.
Achei tudo tão achatado. Tão espremido. Tão sem ritmo. Na verdade tanta coisa acontecendo todo momento, que paradoxalmente, o ritmo frenético constante deixou o capítulo com uma impressão de interminável. E não foi pelo fato de ter 1:30h de duração. Foi pq ficou enfadonho mesmo. Lembro de ter pensado no último intervalo comercial: casseta! Ainda tem mais um???

O começo foi interessante. Opash, tal qual Luke Skywalker, descobre que seu arquiinimigo é seu pai. Batido. Previsível. Assim como a aceitação do fato pelos dois. Mas, uma cena com Lima Duarte, Tony Ramos e a Bruxa do 71, digo Laura Cardoso, pode ser dirigida por um estudante do primeiro período de cinema da Estácio, que ainda assim será boa.
Só que a mudança de comportamento de Opash depois do ocorrido jamais poderia ser tão repentina, rápida e drástica. E como tudo estava acontecendo em tempo quase real, não dava nem pra colocar os famigerados dizeres “algumas semanas depois...” . Ou seja, ele mudou em horas de um ferrenho defensor das tradições e fã de carteirinha do sistema de castas, para um cara liberal, mente aberta, que abraça o pequeno e “impuro” dalit, o leva pra casa, aceita a volta da filha fujona numa boa e só faltou virar pro “Indra Star Light Chapinha Hair” e dizer: e ai brow? Ta usando camisinha pra carcar minha filhota??? Beleza então! Vamos tomar um tchai e jogar wii juntos ali na sala de visitas!
Opash inclusive, deveria fazer um exame de DNA pra ver se ele não é tb um dalit!
Ele conseguiu em 3 capítulos passar e muito o Raul na escala “Sefodeaimaluco”. O cara perdeu um filho, descobriu que o neto não era seu neto e ainda era um intocável, colocou a nora viúva pra fora de casa, descobriu que era filho do Darth Vader, fora o fato de ter perdido as eleições pra senadora Marina Silva, digo, pra Budja, e de ter uma nora fingindo estar grávida em casa! Credo! Se benze, Opash!

Por falar nisso, a cena do nascimento da pseudo filha da Surya (Lord Ganesha, quero ter uma esposa grávida magrinha, linda e em forma como Cléo Pires ficou em sua pseudo gravidez), foi no mínimo constrangedora. Assim como o toque lúdico e mágico (que sinceramente não entendi até agora...achei ate que tivesse cochilado e perdido alguma parte) que deram ao reencontro de Raj e Maya.

O clima de Senado, onde tudo parece terminar em pizza, também pareceu tomar conta do último capitulo.
Glorinha, meu amor, o povo quer ver sangue! Quer ver a porrada comer na casa de Noca! Esse tom de desfechos com punições implícitas não combina com novela das oito!
A própria Surya, depois de será eleita Miss Naja Ananda 2009, teve como castigo ter... uma filha ao invés de um filho!!!
O Zeca Pit Bull virou um bom menino pegando como pena por ter atropelado uma pessoa que estava grávida, dirigindo em alta velocidade, apenas um trabalho social? Ah ta! E o papai e mamãe escroques dele, também começaram a ficar com o coração amolecido, vendo o filho de classe media alta, analfabeto, contando (ou tentando contar, pq o maluco não sabe ler...) historinhas pras criancinhas da Casa Cazuza?
O Gopal ficou com uma grana que foi roubada (ladrão, mesmo os que roubam ladrão, tem que sofrer alguma conseqüência) ficou com a grana e ainda virou agiota, emprestando a bufunfa a juros galopantes pra Maya.
Norminha continuou corneando Abel, e ele continuou gostando.
O Radesh, 171 de carteirinha, versão light da Ivone, levitou, enganou mais uma vez a comunidade da lapa, ganhou a grana e ficou com a bonitinha encalhada. E como num quadro do Chico Anysio Show, “ai, ele foi pra galeeeeeera”.
Mas nada se compara ou desfecho de Ivone!!! A Ivone sai literalmente linda, leve e solta pela porta da frente numa cena insossa e nada condizente com o turbilhão de emoções que a personagem causou durante toda a trama.
E a única garantia que temos de que haverá justiça é que, segundo o Dr. Castanha Afrodisíaca do Pará, logo logo a policia colocara as mãos nela (ok...).
Dr. Castanho que, por sua vez, terminou a novela comendo a mulata gostosa, pra meu total desespero! Menos mal que o bom velhinho, cara moderno e nitidamente adepto ao swing e a troca de casais liberais, incluiu oficialmente o doidinho dançarino no triângulo amoroso.

Contradizendo totalmente tudo que escrevi até agora, minha alegria real foi ver que a minha campanha deu certo e o Raulzinho, mesmo que não tendo o perdão da família (mais um castiguinho implícito do final da novela) e tendo que aguardar um desfecho final do processo, acabou indo reconstruir a vida em liberdade, num lugar ermo, distante e onde ninguém o conhece, por que não tem jornal, internet, nem TV a cabo... o interior de São Paulo!


Já Marcio Garcia, se pelo menos não entrou mudo, dessa vez saiu calado! Pra que trocar o aconchego da Record pra pagar um elefante, digo, mico desses?
Cenas intermináveis e sem nenhuma necessidade como a dos 60 anos de Manu, também deram no saco!
A única coisa coerente foi o Raj desenrolando a Maya pra dar aquela bimbada no final!!! Pra continuar biscoitando a Juliana Paes, eu desculpava ela mesmo que o pequeno Niraj fosse filho do Osama Bin Laden!

Enfim... assim como já havia acontecido no final de A Favorita (quem não teve vontade de quebrar a TV ao ver as jovens Patricia Pillar e Claudia Raia cantando Beijinho Doce???), o desfecho quase complicou o conjunto da obra. Foi tudo corrido, raso, um tom meio fake no ar. Mas, mesmo assim, Caminho das Índias foi o melhor e mais interessante trabalho da Gloria Perez nas ultimas décadas. Uma novela da Gloria Perez com todos os elementos de uma novela da Gloria Perez (pro bem e pro mal). Mas com excelentes reviravoltas na reta final, que deram um tchan na coisa toda.
Os textos, que assim como as musicas do Marcelo D2, são uma meia dúzia de 3 ou 4 expressões que apenas alternam aleatoriamente seu lugar na frase, meio em português, meio em indiano do Paraguai, conquistaram as ruas, as casas e essa porra desse blog idiota também!
E apesar de ter ficado as ultimas semanas parado como coluna do templo, ao invés de ir arrastar meu sare pelo mercado, entre as 21h e 22h, terei saudades desse folhetim tão auspicioso!

Pra finalizar, eu ainda tive a sorte(?????????) de me despedir da novela com um show pitoresco e pirotécnico do Calcinha Preta (juro por Lord Ganesha que não é brincadeira), com direito a homenagem (???) a Michael Jackson e tudo, na noite de ontem, no interior de Goiás, numa cidade chamada Qurinópolis.
Mas esse desfecho alucicrazy do ultimo capitulo da novela, eu conto no próximo post.

Quem viu o final da novela? Quem concorda com esse bando de besteiras que eu escrevi? Quem acha que só falei merda? Quem me ensina a moderar os comentários do blog???
Namastê!


Ouvindo: Lily Allen (meu novo grande amor... ai, ai)

Um comentário:

  1. Voce disse tudo!
    Acho que foi fantasioso demais, e tudo acontecendo ao mesmo tempo...
    deixaram pra resolver todas as pendencias em cima da hora.
    O Bahuan nao abriu a boca.
    a Ivone ficou porisso mesmo... a Surya teve o castigo mais tranquilo de duma vilã, o Raul simplesmente se mudou.

    Acho q o ultimo capitulo foi todo do Tarso. Rs

    Mas enfim...é isso neh?! Os finais andam sempre deixando a desejar.

    beijao

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