quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Calcinha, um exocet!!!

Conforme prometido, relato aqui minha saga “musical- antropológica” da ultima sexta-feira.
Nada mais apropriado que comemorar a despedida de Caminho das Índias, a novela mais Are Baba da década, num show dos intérpretes da música (????????) que embalou o corneamento, digo, relacionamento (e torturou nossos ouvidos, de quebra), mais aclamado pelo público (tanto no pessoaaaaal, quanto no profissionaaaaal) ao longo dos últimos meses: a trilha sonora de Abel e Norminha, Calcinha Preta com seu indefectível “ Você não vale nada, mas eu gosto de você”.
Até agora eu não descobri se o nome é apenas “Você não vale nada” ou se assim como “(I can´t get no) Satisfaction” rola um “mas eu gosto de você” entre parênteses. Se não tinha, eu sugiro acrescentar urgente! Toda banda que se preze tem que ter uma musica com parênteses! TIK!
O show foi numa localidade deveras auspiciosa, chamada Quirinópolis, interior de Goiás. Não me perguntem o que fui fazer lá. Mas fiquem tranqüilos: foi profissional.
Após ter visto (e me decepcionado) com o ultimo capitulo da novela, parti para o clube onde o evento aconteceria pensando: ok... a novela foi uma bosta... mas eu vou ver O CALCINHA PRETA, PORRA!!!!!!!!!
Pra quem não sabe, o Calcinha Preta já foi uma banda de forró. Hoje, eles são uma banda... pop! E sua maior característica é fazer releitura de musicas dos estilos mais variados, em inglês ou português, ou indiano por que não, no ritmo do forró enlatado, digo, moderno, que tomou conta do nordeste nas ultimas décadas. As musicas que não são em português, ganham versões (que obviamente não são traduções) pra lá de surreais. De Guns n´Roses com Sweet Child O´Mine a João Bosco e Vinicius com Chora me Liga, a musica nacional e mundial, sabe-se lá como, estava toda representada (e devidamente NÃO liberada, obviamente) em mais de 90 minutos de muito swing, malemolência, gingado, e pirotecnia visual.
O publico era um show a parte. Assim como seus ídolos, todo mundo estava paramentado com muitos acessórios brilhantes, muitas roupas brilhantes, muitos sapatos brilhantes, muitos detalhes brilhantes, caralho, não sei quem brilhava mais, o publico ou a porra dos painéis de led que ficam o tempo todo acessos no palco! PQP! Mas, o importante era que tudo combinava. Nunca vi tanto estampado junto. Tanto xadrez junto com listras. Tantos jeans “mudernamente” desbotados, rasgados, com chapinhas, desenhados... mas sempre, com muito brilho. Parecia queima total da ponta de estoque da Leader Magazine numa fusão não anunciada com a Citycol e a Marisa.
Os cabelos das moças eram um show a parte. Eu praticamente me sentia na Suécia, tal o numero de loiras (????) dos mais variados tons e de cabelo liso (?????????) que eu avistava por metro quadrado. Não fossem as ruivas (de variados tons também), as rosas (idem) e as azuladas (acho que vi um azul claro e um azul escuro), eu acharia mesmo que estava na Escandinávia. Castanho??? Não... não vi ninguém de cabelo castanho não. Muito brilho!
O detalhe é que eu estava na área VIP. O detalhe do detalhe é que a área VIP eram os 2/3 do salão começando na frente do palco e indo em direção ao final do salão. Ou seja; a área VIP era bem maior que a pista! Ou seja: não existia área VIP. Em determinado momento, eu olhei pras carinhas tristes esmagadas na grade que separava a área VIP(???) da pista (????) e pensei: se a área VIP daqui é assim, imagina na Jamaica...
Repentinamente, o locutor grita no microfone: vocês querem Calcinha Preta? A multidão vai ao delírio! E ele continua: eles vão escolher durante o show um homem e uma mulher pra beijar um dançarino e uma dançarina na boca! Gritos histéricos do publico. Pelo sim, pelo não, tratei de dar umas cotoveladas e me ajeitar um pouco mais próximo ao palco... vai que, NE? E começa a contagem regressiva: 10, 9, 8...2,1... Calcinha Preta!!!!!!!
No painel central de Led, uma montagem com melhores (???) momentos de shows da banda, intercalando vários trechos de sucessos do Calcinha, e uma locução gravíssima, estilo trailler de filme de ação americano anuncia que agora no palco, a maior banda de forro do Planeta (imagino o que as bandas de forro da Dinamarca, ou as bandas de forro de Papua Nova Guine, ou então as do Canadá, de Omsk, Wladvostok e Dudinka, devem achar disso?) agora com seu novo CD e DVD, volume 19 ao vivo!!!!!!!
Pra minha total surpresa, o locutor de trailler emenda com a perola: incluindo uma inédita homenagem ao rei do pop, Michael Jackson! Eis que entra um clipe com imagens do Michael, e de BG uma versão totalmente excelente de Ben, em português, claro! Foi a primeira vez que eu vi um comercial do disco ser a abertura do show do artista. Eles estão anos luz marketeiramente falando, a nossa frente. Brilho. Muito brilho.
Depois do comercial e da justíssima homenagem ao rei, a banda sobe ao palco junto dos bailarinos (uns caras malhados que são a capa do mês da G Magazine.... me disseram!!!) vestidos de guarda de transito, e das bailarinas (gostooooooooooooooosas... pq elas não são a capa da Sexy desse mês??? Ou da Brazil, pelo menos...) com vestidos curtos e sutiãs a mostra, e atacam de cara: Você não vale nada, mas eu gosto de você!!! A platéia delira! Cenas de Norminha e Abel no telão. Catarse coletiva.
As cantoras (sim, são quatro cantoras diferentes), todas, uma espécie de elo perdido entre a Ivete e a Joelma, são... jeitosas.
Mas são os cantores os grande destaque do scratch do Calcinha. Marlos e Bell parecem ter sido catapultados de uma daquelas bandas de hard rock dos anos 80. São altos, musculosos, e tem cabelos enormes (Marlos é loiro, assim como a platéia germânica que os assiste, e Bell tem cabelos pretos como as asas da graúna). Se vestem com calças apertadas, camisas pretas e, pasmem, sobretudo de couro, afinal, estava praticamente nevando no interior de Goiás. Eu jurava que Marlos, na sua primeira entrada, ia abrir a boca e entoar: Oh, give me something to belive in... Jurava que era o Bret Michaels do Poison! Alias, a Record ta perdendo dinheiro. Podia parodiar o Rock of Love da VH1, e fazer o Forró of Love, tentando arrumar uma namorada pro Marlos num reality. Seria... um brilho só!
Enfim... uma serie de sucessos deles (pela forma que o povo cantava, acho que só podiam ser sucesso....) e de outros artistas vão entrando em fileira, frenético! Não para, não para, não para não! Reggae, pop, dance, axé, e te forró! Teve de tudo!
E assim se sucede durante quase duas horas de tortura, digo, de show.
Um detalhe importante: um dos fatos que me faz concluir que eles são agora uma banda pop, é que as pessoas (pelo menos em Quirinopolis) não dançavam forró juntas, como em qq show de banda de forro. Elas ficavam viradas pro palco, cantando, balançando as mãos e fazendo uns passinhos, meio forro, meio calypso, meio eletrônico, meio sei lá o que...
Foi, ao menos antropologicamente falando, uma experiência interessante e eu tive a certeza que, are baba, o Brasil é realmente um pais de dimensões continentais. Brilhooooooo total!

Por falar em Brasil, desde a ultima segunda, o Brasil voltou a ser mais uma vez um pais lindo, limpo, ensolarado, com praias paradisíacas, gente bonita e sempre muito casual chic andando pelas ruas do Leblon e ouvindo, bossa nova, jazz e Chico Buarque. Começou mais uma novela do Maneco. Vamos ver o que essa Helena aprontará dessa vez.

Tik, digo, bip.

Ouvindo: Oasis (Be Here Now)

Um comentário:

  1. Não fale tão mal de "Quiri" Ta?!
    Faz parte do meu Goias, e fica do ladinho do meu tão querido e amado SÃO SIMÃO! rs

    Quanto ao show eu ja nao posso dar palpite, mas se fizessem um reality pra arrumar uma namorada pro cabeludo loiro do calcinha, eu me candidataria facil! hahaha
    ele é simpatico vaii...
    Difícil seria só nossa briga pra ver quem usaria a chapinha primeiro!
    hahahahha

    Beijos Rô!

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