domingo, 27 de setembro de 2009

Alguma coisa acontece no meu coração...

E pensar que eu já fui um daqueles cariocas babacas, bairristas, que detestava São Paulo...
Na ultima semana, estive em Sampa, capital do Brasil e da América Latina, para uma semana de trabalho e pude, mais uma vez, constatar, que “os mano pow e as mina pá” estão realmente anos luz a frente do resto do país em termos de ... tudo (menos de trânsito e praias, claro).
Em São Paulo, as pessoas são bem educadas como numa cidade média ou pequena, mas tem a visão e a mente aberta das grandes metrópoles. Apesar de aparentemente frio e sisudo, o paulista é um barato! Basta você quebrar o gelo inicial que receberá em troca um sorriso (mesmo que tímido), e palavras educadas. Paulista sabe dar informações como ninguém (nunca sofri tanto com isso como na minha atual estada em MG... mineiro, definitivamente, não sabe dar informação). O atendimento, seja num boteco, num hotel, numa boate, ou num restaurante de luxo, em SP é um oasis, principalmente pra nós cariocas.
O paulista, às vezes, até peca pelo excesso de “genteboisse”, o que dá para muitos, a impressão do paulistano ser meio bobão. Mas antes, nesse caso, pecar pelo excesso, do que pela falta.
São Paulo tem violência, mendigos, pivetes, assaltantes e pedintes. Mas até nisso, lá é mais civilizado. As crianças no sinal, digo, farol (né mano?), pedem, e se você diz não, elas saem. Ninguém vem com jatinhos de água suja pra jogar no seu vidro e te forçar a dar uns trocados. Você não precisa bater boca, ficar puto nem se sentir pior do que a situação já sugere.
Fora, claro, a vida cultural e social 24hs de Sampa, que é uma benção!

Na terça, dia em que cheguei à cidade, fui ao Studio SP assistir ao show da cantora Tiê. O lugar é uma graça. Um tamanho bacana, perfeito para shows menores, um som bem razoável, uma galera interessante e interessada, uma discotecagem muito interessante, misturando Black, rock e musica brasileira de uma forma que não ouvia há tempos. Tiê é uma graça. Tem uma voz doce e canções singelas que nos fazem suspirar um suspiro nostálgico, de uma época em que, se não vivemos, gostaríamos muito de ter vivido. Em determinado momento, o show beira a monotonia, por que os arranjos são todos baseados em um violão e uma guitarra (tocada pelo Plínio Profeta... um que “tretou” com a Adriane Galisteu em meados de 90, se não me engano). Mas Tiê (que está lindamente grávida) tem carisma, um timbre lindo, e ainda muito chão pela frente e todas as arestas podem ser tranquilamente aparadas.
Saindo de lá, ainda passei no Vagas, onde estava tendo uma “balada black” só com sons da Motown. Porra! É teste pra cardíaco, amigos! E isso em plena terça feira. Sem contar que, no dia seguinte, minha roupa não fedia a cigarro como acontece em qualquer outro lugar no Brasil, pois lá, a lei anti-fumo é realmente cumprida. Claro que como toda cidade grande, ainda mais no Brasil, SP tem seus inúmeros problemas (o transito, sem duvida, é um dos piores do planeta). Mas comparativamente, ainda tenho a sensação de que a terra da garoa ainda é um lugar muito interessante para se morar. Nem que seja de segunda a quinta.

Outro dia assisti em algum lugar, provavelmente no TV Fama, uma matéria sobre a insatisfação e a renovação (ou não) do contrato da Daniella Cicarelli com a Band.
Pra começar, eu não tinha a mínima idéia que ela estava pro lá. Em segundo lugar, quem diabos ainda mantém essa moça na TV? E por fim, ela devia levantar as mãos pro céu e dar graças a Deus que ainda tem um cantinho na Bandeirantes pra ela, seja lá que tipo de negociação e salário for, por que assim, pelo menos, ela não tem que encarar um pornôzinho, rodado na praia de Paquetá, contracenando com algum desses covers toscos do Ronaldo.

Por fim, numa época em que a arte era um universo de possibilidades, musica e atuação não tinham nada a ver com o Jonas Brothers ou a turminha da Malhação, e o importante era a qualidade artística, Chico Anysio (que Deus o tenha) capitaneava (em parceria com um inspiradissimo Arnaud Rodrigues) um projeto interessantíssimo chamado Baiano & os Novos Caetanos.
Cresci ouvindo as canções que uniam rock, regional, tropicália, e um humor deliciosamente inteligente e critico que debochava do retrô, do moderno, do próprio movimento, enfim, de tudo e de todos com maestria.
Dia desses consegui baixar os dois volumes (não sei se houve outros) dos LPs de 1974 e 1975 e estou encantado por reencontrar esse tesouro escondido da música popular brasileira.
Quem tiver interesse, dá uma olhada em http://www.sombarato.org/taxonomy/term/681/all .
Tem todas as infos e links pra baixar. Vale a pena!

Ouvindo: Baiano & os Novos Caetanos – Vol. II

Um comentário:

  1. Agora voce entendeu tudo que eu sempre falei esse tempo todo?
    E o porque de eu estar quase infartando aqui nesse Uberlandia?? rs
    São Paulo realmente é tudo de bom!!
    As pessoas, os lugares... a diversidade de coisas que voce tem pra fazer de segunda a segunda.
    A mente aberta, ninguem se importa com quem voce é, ou o que voce faz.
    Gostam de voce pelo seu jeito, sua personalidade.
    Se Deus quiser ate o fim do ano eu volto pra lá!
    Dae voce vai me visitar. Rs

    Beijos Ro.

    ResponderExcluir