sexta-feira, 2 de outubro de 2009

VMB do Adnet!

VMB, assim como os preservativos e a segunda divisão do Brasileirão, é um mal necessário.
A festa da MTV é, ainda, a melhor, mais bem produzida, com melhores idéias, e por que não, a mais democrática (em termos de categorias e indicações) premiação de música e entretenimento da cultura brasileira.

Apesar de algumas piadas repetidas (como continuar premiando o NX Zero) que já não tem mais graça, e dos discursos dos vencedores (em sua grande maioria) dignos do MOBRAL, a festa de premiação que aconteceu ontem em São Paulo foi, como diria Mionzera, tuplasch scrambsch iiiiiih Correria, mano! Da Hora mêeeemo!

Marcos Mion, que em seu ultimo ano na MTV, conforme o próprio disse num discurso emocionado (foda-se...e emocionante tb) ficou apenas assistindo de um lugar privilegiado a verdadeira grande atração da noite: Marcelo Adnet!
Adnet é praticamente o Silvio Santos da MTV! Ele é o cara, ele é quem manda, ele é quem dita as regras e tendências, e assim como Silvio, ele tem aquela cara de bom moço, de gente boa, de quem esta ali por mera diversão, sempre.
Ele é engraçado (e consegue agradar a cariocas e paulistas, algo raro), seguro, canta, dança e representa, tem um timming excelente e um carisma fora do comum. E ainda faz com a Dani Calabresa, o casal mais simpático do Brasil!
Tecnicamente, a festa e a transmissão foram impecáveis, mostrando como o Prêmio Multishow (seu maior concorrente direto) está anos luz atrás.

Esse ano uma das novidades foi a segmentação das categorias por estilos musicais.
E, pra desafogar todos esses prêmios, e alguns outros, abriu-se um espaço para o VMB Antes, apresentado pelo Cazé e pela Luisa.
A Luisa é tão linda que não precisa nem abrir a boca pra me deixar (e a pelo menos a 90% do publico masculino do Brasil) de boca aberta. É uma espécie de Mulher Samambaia do publico mais intelectualizado. Justiça seja feita: Luiza melhorou muito nos últimos anos. Ao contrario do Cazé, que na minha humilde opinião, não monta na lambreta... nem nunca montou.

A confusão, além do Fresno ser indicado a categoria Banda Pop e o For Fun a categoria Banda Rock, foi do porque todas essas categorias (ou ao menos essas que ao lado do RAP, são mais tradicionais dentro do conceito da emissora) ficarem espremidas no VMB Antes, enquanto novas e discutíveis categorias como Twitter, Blog (essa, as pessoas sequer bateram palmas), Game se DOC, ganharam destaque na premiação “principal”. Não entendi.

Dani Calabresa e Bento Ribeiro também foram destaques e além do entrosamento bacana (apesar do conceito clichê de RJxSP), eles trazem de volta o verdadeiro estilo contestador e sarcástico que a MTV tinha nos primórdios, as verdadeiras alfinetadas em tudo e em todos, diferente daquele estilo forçado e desgastado (ate pq não havia inteligência nenhuma ali) que foi explorado durante anos com a figura do João Gordo (que já podia ter se aposentado desde a marretada do Dado).

Mesmo com vários acertos, a gente (eu e minha equipe de cerca de... nenhum colaboradores) não podia deixar de destacar uns equívocos e curiosidades do VMB 2009. Afinal, é pra isso que nós somos pagos!

Fiquei, mais uma vez, consternado, pelo fato do NX Zero, mais uma vez, ter ganho um prêmio. A novidade é que pela primeira vez ouvi umas vaias bem altas vindas da platéia. Ainda há esperanças.
Ou não.
Se o Cine ganhou como banda revelação, provavelmente, nos próximos 3, 4 próximos anos (é o que dura no máximo o ciclo de vida dessas pequenas bandas mutantes) eles vão ganhar outras premiações.
E não faltou “caralho” na hora dos agradecimentos dos meninos. Também com aqueles cabelinhos, deve ser (perdoem-me o tracadalho, digo, o trocadilho) tirar o caralho da boca.
Impressionante também o ar deles de “nós tínhamos certeza que ganharíamos mas temos que mostrar que estamos assustados com tudo isso”. Há tempo eu não vejo nada tão fake qto esse projeto.

A obviedade de colocar o Erasmo pra cantar com aquela rapaziada toda É Proibido Fumar, também me irritou. Erasmo é um dos maiores hit makers da historia da musica nacional, e tem fases interessantíssimas nos anos 70 e até 80, fora musicas conhecidíssimas porém, menos batidas da própria época da Jovem Guarda. Um desperdício.

Aquela menina, Love Foxx, deve ter alguma coisa que eu sinceramente ainda não descobri. Não simpatizo com suas roupas coloridas, com sua cara de “tomei dorgas pesadas mas continuo fofa”, não simpatizo (mas tb não detesto totalmente) com sua banda, com sua forma de falar... com nada! Não é possível!!! Ela deve ser boa e eu que não to alcançando...

Outra coisa que me chamou a atenção foi a indicação de Fly da Uanessaaaaa, a hit do ano. Porra! A música sequer tem refrão! Diga-se de passagem, ela não segura a peteca ao vivo meeeeeeeeesmo. Fato. E o JaRule??? Fala pra mim que se soltassem ele ali na Rio Branco vendendo vale-transporte, ele não dava conta do recado direitinho?

Gisele Itiê, gostosa toda vida, e Jonathan Haagensen, completamente chapados apresentando o... sei lá o que eles apresentaram... eu só prestei atenção nela...também foi algo pitoresco.

Por falar em gostosa, a Pitty também tava um tesão. Me desculpem, mas eu gosto dela mais pra cheinha mesmo. Além disso, ta cantando pra, parafraseando o Cine, caralhooooooooo!
Em relação a Pitty, dou uma de advogado do diabo. Apesar de ficar de certa forma feliz por ela não ter ganho novamente Artista do Ano, ou Ídolo, ou qq coisa desse tipo, não vejo muita opção além dela de um artista que realmente tenha essa real vocação de ídolo pop/rock hoje no cenário. Respeito a trajetória do Fresno. Lembro deles vindo no perrengue do RS pra tocar em Jacarepaguá, nas festas do Elam. Mas pra Artista do Ano falta muito (apesar de eles estarem anos na frente de NX, Cine, e derivados). Não temos mais verdadeiros ídolos, verdadeiros artistas. Temos hoje, uma molecada que já começa disposto a fazer qualquer parada, qualquer porcaria, pra entrar no mercado e virar celebridade. Claro, esses só existem, por que existem idiotas do outro lado dispostos a consumir qq merda que lhes empurram goela abaixo.

Pra fechar em grande estilo, uma das poucas boas e com personalidade bandas de pop rock da atualidade, o Franz Ferdinand, mostrou como se toca (bem) ao vivo.

E assim terminou o primeiro VMB da Era Adnet. E pra ser muito honesto, a MTV tem estado muito mais interessante desde a entrada dele. Espero que não dure apenas 15 minutos.

Ouvindo: nada não...

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