segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pitty

= ) No ultimo dia 09 de outubro, um antes de eu regressar ao Rio de Janeiro, fui assistir ao show da Pitty no London Pub, o único reduto de rock existente em Uberlândia.
Pitty é hoje, e talvez há um bom tempo, o único ídolo genuinamente de rock dessa pobre geração de jovens que tem hoje entre 12 e 20 anos.
Foi com essa idade que eu comecei a realmente consumir, entender e me identificar com o rock. Com 12 anos. Mas guardarei essas lembranças pro próximo post.

Hoje quero falar da Pitty.

Muita gente não gosta da Pitty. Não se identifica com a Pitty. Acho que muita gente tem mais senões à figura da Pitty, que propriamente ao seu som. Mas, independente de gostos, há de se respeitar o trabalho da Pitty e se reconhecer o fato de que ela é a única representante genuína do novo rock brasileiro a freqüentar rádios e TVs.
Eu gosto da Pitty. Gosto desde o começo. A vi começando, na minha época de produtor da Rádio Cidade. Vi o primeiro show. Acompanhei as primeiras entrevistas.
Pitty sempre foi como é hoje. Séria, na maioria das vezes. Um ar mais maduro, apesar das tatuagens por todo o corpo. Uma jeitão de que a qualquer momento pode não gostar de alguma coisa. O que, de forma alguma, lhe tornou um artista arrogante. Ela sempre foi, da forma dela, carinhosa com seus fãs. Atenciosa (na medida do possível) com a mídia. Sempre lidou bem com coisas que fazem parte do dia-a-dia de uma pessoa publica, de um ídolo da musica jovem. Ela sempre administrou de forma inteligente essa faceta. Pitty é inteligente. Fala bem em publico. Conversa sobre musica, artes, cinema. Pitty, não fala só: caralho! Do caralho! Uh, Huuuu caralho!!! Apesar de também falar (ou de já ter falado) assim. Pitty tem personalidade artística. Tem uma voz e uma forma de cantar que é dela. Ela não imitava nem Cássia Eller, nem Rita Lee, as duas maiores escolas de cantoras de rock nacional que são referencia pra cantoras que surgiram de meados da década de 90 em diante. E certamente, ao lado dessas duas grandes artistas, se tornou uma das mais influentes artistas do nosso rock.
Gosto das letras da Pitty. Ela não é a grande poetisa do rock, mas tem boas sacadas. Sacadas de rock. Na média do que esperamos de um artista de rock. Ou vc acha realmente que as letras do Bon Jovi, Aerosmith, Guns n´ Roses ou até as do Foo Fighters (que são bandas consideráveis na historia do rock) são bem melhores que as da Pitty??? Traduz uma meia dúzia delas e me diz depois. Comparar com as letras dos atuais “representantes” do nosso rock é até covardia. Nem é necessário ir tão baixo.
As melodias e harmonias também não deixam a desejar. E os arranjos, são arranjos de rock. Rock gordo, de arena. Guitarrona com punho forte estalando no ouvido. Batera e baixo mantendo o groove acelerado. Pulsando. Empolgante como todo bom rock deve ser.
Pitty tem três discos de estúdio e um ao vivo. Uma trajetória coerente. Uma carreira coerente e correta sendo construída. Pitty tem repertorio. Tem hoje (não via um show seu desde o lançamento do segundo disco) um show coeso, muito bem tocado pela banda ao vivo, muito bem cantado por ela, com muitos hits que tocaram bem na rádios.

Neste show de Uberlândia, em especifico, a casa, com sua lotação de mais de mil pessoas esgotada desde o dia anterior, reparei que Pitty conseguiu preservar seu publico.
A grande maioria das pessoas eram maiores de 18 anos, uma media de 22, 23 anos, que provavelmente acompanham a cantora baiana (ainda tem esse detalhe) desde o estouro nacional de “Equalize”, em 2004, ou seja, há 5 anos. Essas pessoas de 22, 23 anos, há 5 tinham 17, 18. Muitos que hoje tem 19 e 20 anos que também estavam lá, tinham 14, 15 anos. É muito difícil nos dias de hoje, um artista fidelizar essa molecada. Muita gente que hoje tem 14 anos e curte o NX Zero, provavelmente terá vergonha de ter gostado disso quando tiver 18, 20 anos e estiver ouvindo eletrônica, MPB, sambinha, ou até rock de verdade, por que não? Isso já não acontece com Pitty. Os fãs, nesse show, cantavam as musicas antigas, e as novas na mesma intensidade, com a mesma empolgação.

Mesmo sem trazer nenhuma novidade em seu som ou em sua postura, por tudo isso tenho a certeza absoluta de que, gostando ou não dela, Pitty é sem duvidas o único artista verdadeiramente de rock dessa atual geração.

Fui uma bela noite, com casa cheia, com publico animado em um show impecável da Pitty. Um show impecável do bom e (nem tanto assim) velho rock.

= ) Outro fato que me chamou atenção durante o show da Pitty foram as mãozinhas em riste empunhando celulares e maquinas digitais durante o show. As pessoas deixam de prestar atenção no show, no palco, no artista, de se deixar levar pela musica e pela atmosfera, pra ficar cuidando das gravações de suas câmeras, que possivelmente, jamais serão vistas. Ou seja: o cara deixa de curtir de verdade aquele momento único, que não voltará, pra captar imagens (na maioria das vezes, toscas, tanto em áudio como em vídeo), que ele, provavelmente não verá depois. E ainda atrapalha que esta atrás! Vai entender...

= ) Repórter do TV Fama pergunta pra Samambaia se é verdade que ela vai posar junto com a Mirela pra Playboy. Samambaia afirma categoricamente que não. E emenda: “nu” não está nos meus planos agora. A repórter, pasma, ainda tenta entender: por que não? E Samambaia completa: estou me dedicando a outros projetos nesse momento.
Perguntar não ofende: que tipo de projetos que não envolva “nu” poderia a Mulher Samambaia estar envolvida??? Aguardemos cenas pros próximos capítulos.....

Ouvindo: Bob Dylan – The Freewheelin’

Um comentário:

  1. pitty tem um rock particularmente diferente! so que não chega a ser um compositora de mão cheia! falta mais vivencia ou algo. de certo tambem não acho a voz dela bonita. porém, tem un timbre diferente. mas a voz desafina muito! fora isso admiro a atitude dela e esse cheito esperto de nao entrar em confusao. e muito inteligente e recentente vi seu blog ela.escreve muito bem!

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