sábado, 30 de janeiro de 2010

Policia? Quem precisa?

=) Ontem aconteceu um fato chocante! Surreal! Lamentável! Patético! Estranho, bizarro, tudo isso aconteceu, como diria Lenine. E depois de muito pensar, a quem poderia recorrer, com quem poderia contar e a quem poderia me queixar, hj, ao acordar lembrei do meu blogzinho. Não, isso não é uma metáfora. É a vida real.
Estavamos parados em frente a Fundição Progresso, Lapa, RJ, estréia da temporada 2010 do Monobloco, onde tenho vários amigos tocando, rua cheia de gente, todos tranquilos, bebendo suas cervejas para entrar na casa de shows. Nenhum tumultuo, nenhuma briga, nada fora do normal. Quando de repente uma viatura da policia militar veio na contramão. Normal. Nada de mais também. Veio devagar, abrindo passagem com sua sirene ligada. Nesse momento, algumas pessoas se assustaram, e um camarada nosso falou para uma outra amiga: eles estão na contramão! Falou um pouco alto sim. Mas não falou nada e nem de uma forma que alguem pudesse se ofender. Apenas falou: eles estão na contramão. Não falou palavrão, não disse nada ofensivo, não xingou, nada. Eu estava do lado e ouvi.
Dois policiais (????????) sairam como bichos do carro, com a mão nas armas, gritando: qual o problema???? Viatura!!! Tá na contramão mesmo! Qual o problema???
E já foram empurrando e BATENDO no meu camarada. Dando porrada nos braços e mais empurrões. Jogaram a lata dele de cerveja no chão num ato extremamente violento e arbitrário. Chamaram ele de beberrão! Bebado!!! Só pq ele segurava uma lata de cerveja (ele não estava nem de longe embriagado). Pegaram ele pelo braço, gritaram com ele na frente de todo mundo, ameaçaram levá-lo preso e ainda terminaram, diante do total espanto e da óbvia não reação do rapaz, dizendo que ele tava ali pra encher o CU DE MACONHA E COCAINA. Eles deviam, obviamente, estar falando de si próprios, pq era nítido que estavam totalmente alterados e dando sinais claros do uso de entorpecentes, provavelmente de cocaína sim.
Foram embora, entrando no carro e batendo as portas, reafirmando que podiam sim estar na contramão, e pelo jeito não só a viatura, mas eles também podiam, segundo a atitude dos próprios, estar na contramão e fazer o que bem entendessem.
Esses "semi deuses" deixaramm pra trás uma platéia perplexa, atônita, sem saber realmente o que falar, e como eu coloquei no inicio do texto, a quem recorrer, a quem reclamar. Sim, pq você vai reclamar da policia militar a quem??? A propria policia militar??? Brincadeira, né?
Obviamente existem policiais honestos e cumpridores dos seus deveres. Mas numa boa, sem a menor demagogia? A sensação que tenho, ao menos no RJ, é que esses são sim a minoria. Cenas como essa, ou em menores, ou maiores, proporções, são corriqueiras no nosso cotidiano de carioca. É uma blitz pilantra aqui, uma dura com segundas intenções ali, um descaso com reais casos de delitos acolá. Cenas como esta, como do episódio do membro do Afroreggae, são sim comuns pra nós, moradores do Rio de janeiro. Isso dá medo. Muito medo. Pq quem deveria te proteger, te apoiar, ser seu porto seguro, é justamente quem te mete medo. E o pior de tudo, na minha opinião, é a certeza da impunidade, de não ter a quem recorrer ou com quem se queixar.
Pode parecer batido tudo isso que estou falando, mas eu realmente não poderia deixar passar em branco. Não sei o que fazer, não tenho coragem de denunciar, nem eu, nem ngm que ali estava. Não estou fazendo realmente minha parte enquanto cidadão. Mas, mesmo assim fica o registro e a pergunta recorrente: Policia? Quem precisa de policia?

Ouvindo: The Who ( The Kids Are Alright?)

Um comentário:

  1. É... e eu que saí daí dizendo que tinha achado o RJ mais tranquilo do que nunca.
    Enfim... é tudo a mesma merda!
    Beijo
    ;]

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